12 de abril de 2011

Palco da vida.

Outro dia, dentre conversas, copos e besteiras, disseram-me uma coisa que vem a calhar pro dia de hoje:
o que a gente finge que  não acontece, o tempo esfrega na cara.
Fato, infelizmente.
Nos últimos tempos, lições importantes tem dançado lentamente na minha frente, como se minha vida
 fosse um teatro e eu ali, de platéia, assistisse as consequências das decisões, felizes ou não, que tomei.
Entre uma cena ou outra, alguns erros desapercebidos por quem não conhece o enredo, eu vejo os protagonistas de minhas dores, meus amores, personagens esteriotipados até a alma...
O mais dificil em dirigir um espetáculo, é saber que por mais que você tente encaminha-lo de uma forma,
tudo depende necessáriamente de quem o faz. E isso sai do nosso controle...
Me escondo por vezes nas cochias de minhas escolhas, tentando por ousadia ou não, controlar o que de
mim foge.
Não dá pra exigir que nos dêem aquilo que não tem. Não dá pra ensinar o que é amor, se não amar.
Foi entre infelizes ou não escolhas, que ponho-me simplesmente a aceitar meu enredo escrito a mão.
A permitir entrusos, aceitar ofensas. Porque nas marcações propostas da vida, eu não tenho o controle de tudo. E nem poderia...
Deixo que o improviso dos dias, como em uma commedia dell'art , descreva qual o melhor caminho a ser
feito naquela cena. Porque nada como o destino e o acaso pra tornar de fato uma vida digna de aplausos.


F    I     M



A saída, é pela porta lateral.